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Como surgiu o tempo?


Que qualquer pessoa sabe o que é um relógio ou como contar as horas não é uma nenhuma novidade, porém a maioria não tem ideia de como surgiu a contagem de tempo, os primeiros métodos utilizados para saber o período do dia e até mesmo, de onde surgiu a necessidade de medir a passagem do tempo.

Cerca de vinte mil anos atrás no período Paleolítico e Neolítico o fenômeno natural mais utilizado pelos nossos ancestrais para a contagem de tempo foi a posição de astros, movimentos dos corpos celestes e seus periódicos, que foram essenciais para determinar o tempo em anos, meses e até mesmo dias, utilizando ossos e gravetos para fazer as marcações. Graças a todas essas observações, tornou-se possível para os nossos antepassados determinar quando as estações climáticas ocorreriam, e ate mesmo a influência no comportamento e migração de animais para que a caçada ou pesca fossem bem sucedidas.


A cronologia é o estudo dos períodos de tempo, dos intervalos, da determinação e do registro das datas históricas. Para podermos entender melhor este costume cotidiano voltaremos para uma época em que o homem ainda não sabia ler ou escrever.

Segundo a professora de história medieval do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, Neri de Barros Almeida, a necessidade da contagem da fração de tempo surgiu nos primórdios do homo sapiens, diz a professora, "penso em uma situação de caça, antigamente o homem precisava de duas coisas, primeiro: o afastamento de parte do grupo dos ninhos, assim, diminuindo a segurança – o que, necessariamente, impunha limites temporais à ausência dos caçadores. Em segundo lugar, cito a necessidade de coordenação das ações de caça de animais, geralmente mais fortes e velozes do que o homem". Neri acredita que a marcação do tempo possa ter surgido visando melhorar os níveis de cooperação altruísta entre os homens, que de acordo com o biólogo Edward Wilson seria a "chave para a sobrevivência da nossa espécie".



Já na antiga Mesopotâmia os Sumérios conseguiram elaborar um calendário que dividia o ano em 12 meses lunares com 29 ou 30 dias, num total de 354 ao ano, o qual embora rudimentar, se aproximava muito do calendário solar utilizado atualmente. Depois dos sumérios, os Egípcios também se utilizaram do nosso satélite natural, porém adicionando o movimento da estrela Sirius, já que a mesma passava próxima ao Sol na mesma época todos os anos, juntamente com a inundação do Rio Nilo, não havendo o ano bissexto e os meses divididos em apenas três estações sendo elas inverno, verão e inundação.

Todos esses acontecimentos e estudos foram de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento das civilizações antigas até os dias de hoje, de forma que a contagem das horas está diariamente atrelada tanto em nosso trabalho, por exemplo na remuneração, a qual é medida através das suas horas dedicadas, quanto em nossos afazeres, lazeres e ate mesmo em nosso sono.

Segundo antropólogos, conseguimos fazer hoje em um dia o que nossos antepassados demoravam cerca de um mês e meio para concluir, ao ponto de que essa velocidade deixou de ser uma evolução para uma necessidade humana. Uma sociedade moldada no pragmatismo, o que para certas pessoas é um molde positivo, porém para outras, é o que nos levará ao colapso. Quem está certo? Apenas o tempo dirá!

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